segunda-feira, 2 de julho de 2012

O relacionamento entre os analistas de negócio e desenvolvedores de software.


O problema mais difundido entre as “torres” na grande maioria dos casos está nos braços dos analistas de negócio, conforme estudo realizado pelo Phoenix Chapter of IIBA. Em 90% dos casos, os BA´s (business analysts) não conseguem comprometer os desenvolvedores de software com a real necessidade da área de negócios precisa.

Grandes organizações consideram os  BA´s, como o MAESTRO DA TI, mas o ônus de orquestrar uma área com alto valor agregado e com grandes e competentes elementos envolvidos, considero uma arte, pois lidar com toda a carga de responsabilidade em representar a área de negócios e sintonizar os Desejos x as Necessidades é seu maior desafio, e é aí que pecam os BA´s.

Os desenvolvedores de software com toda a sua expertise técnica tem uma importância ímpar no desenvolvimento das ações, sua competência sistêmica e vivência lógica agregam o devido valor quando a proximidade entre ambos é conquistada. Comparo o desenvolvedor de software ao violinista e a área de negócios à plateia, enquanto o BA ao elemento que transforma a música em arte, apenas colhendo de ambos os lados o melhor de cada um.

Segundo consultores do Phoenix Chapter of IIBA os BA´s são construtores naturais de relacionamentos. As partes interessadas no negócio tendem a valorizar suas contribuições e procuram envolvê-las nos projetos. Mas quando chega o momento de defender seu "direito" a um papel no projeto, em alguns casos os próprios membros da equipe questionam o valor que trazem à mesa.

Tudo isso me fez pensar sobre a relação dos BA´s versus desenvolvedores de software e como podemos melhorá-la. Embora gostaríamos de pensar (ou esperar) que os cuidados de desenvolvedores de software sobre a linha de fundo da organização, fosse olhar as coisas sob a perspectiva de como poderia ser melhor o contato com a área de negócios... Acrescento: Proximidade e bom relacionamento, integrando conteúdo e olhando sempre para o maior objetivo (que não são os das áreas e sim o da organização).  O de considerar que a TI é apenas um provedor de serviços, um grande fornecedor de soluções, esse sim deve ser o real sentimento comum entre de desenvolvedores e analistas de negócios.

Agora, segue o desafio:

Se eu fosse um desenvolvedor, por que eu me importaria?
Se eu fosse um analista de negócios, como eu me comportaria?
Se eu fosse da área de negócios, o que eu esperaria?

Se nós, como BA´s pudéssemos ajudar a reduzir o retrabalho, que, sem dúvida, deve ser feito, pergunto: Como mudar o sentimento da maioria dos desenvolvedores que somente é motivado por "horas trabalhadas", ou seja, dispender seu tempo em escrever e reescrever códigos, e quanto mais seu tempo é gasto no mesmo pedaço de código, menos intelectualmente interessante fica o trabalho.

Com isso, os pedidos de mudança sempre significam um cronograma de projeto ampliado, que mais frequentemente significam também horas extras de desenvolvimento, em suma o maior fator motivador dessa classe: Horas trabalhadas multiplicadas por X reais, resultando em FATURAMENTO.

Eu nunca conheci um desenvolvedor que gostava de participar de reuniões e de se integrar, muitas vezes ele está lá, envolvido em proporcionar um pouco de entrada na direção, mas realmente esperando a resposta exata de que necessitam para que possa construir a solução.

Naturalmente seu foco é perdido, e aí que mora o risco (o escopo desse post), pois exatamente nesse momento é que o MAESTRO DA TI, deve trazer a responsabilidade do momento e promover a sintonia do solicitante e do solicitado.

Como você planeja seu levantamento e processo de análise de requisitos? Você acha que um desenvolvedor de software, deve participar dessa ação? Outra pergunta a fazer é: você precisa de um desenvolvedor em uma reunião de kickoff de projeto?

Por fim, como numa orquestra o MAESTRO depende de seus músicos, esses que dependem de seus instrumentos e sua plateia, e essa que vê no MAESTRO o condutor da sinfonia, é como encaro o departamento de TI.

Deixo no ar, duas perguntas:

Você como analista de negócios, já enfrentou desafios semelhantes em ser respeitado como esse MAESTRO dentro de sua própria organização de TI?

Você como MAESTRO DA TI, já comunicou o valor de uma área de análise de negócios para um desenvolvedor de software?

Dedico este post em homenagem ao meu amigo Paulinho.