O problema mais difundido entre as
“torres” na grande maioria dos casos está nos braços dos analistas de negócio,
conforme estudo realizado pelo Phoenix Chapter of IIBA. Em 90% dos casos, os
BA´s (business analysts) não conseguem comprometer os desenvolvedores de
software com a real necessidade da área de negócios precisa.
Grandes organizações consideram os BA´s, como o MAESTRO DA TI, mas o ônus de orquestrar uma área com alto valor
agregado e com grandes e competentes elementos envolvidos, considero uma arte,
pois lidar com toda a carga de responsabilidade em representar a área de
negócios e sintonizar os Desejos x as Necessidades é seu maior desafio, e é aí
que pecam os BA´s.
Os desenvolvedores de software com toda a
sua expertise técnica tem uma importância ímpar no desenvolvimento das ações,
sua competência sistêmica e vivência lógica agregam o devido valor quando a
proximidade entre ambos é conquistada. Comparo o desenvolvedor de software ao
violinista e a área de negócios à plateia, enquanto o BA ao elemento que
transforma a música em arte, apenas colhendo de ambos os lados o melhor de cada
um.
Segundo consultores do Phoenix Chapter of
IIBA os BA´s são construtores naturais de relacionamentos. As partes
interessadas no negócio tendem a valorizar suas contribuições e procuram
envolvê-las nos projetos. Mas quando chega o momento de defender seu
"direito" a um papel no projeto, em alguns casos os próprios membros
da equipe questionam o valor que trazem à mesa.
Tudo isso me fez pensar sobre a relação dos
BA´s versus desenvolvedores de software e como podemos melhorá-la. Embora
gostaríamos de pensar (ou esperar) que os cuidados de desenvolvedores de
software sobre a linha de fundo da organização, fosse olhar as coisas sob a
perspectiva de como poderia ser melhor o contato com a área de negócios...
Acrescento: Proximidade e bom relacionamento, integrando conteúdo e olhando
sempre para o maior objetivo (que não são os das áreas e sim o da organização).
O de considerar que a TI é apenas um
provedor de serviços, um grande fornecedor de soluções, esse sim deve ser o
real sentimento comum entre de desenvolvedores e analistas de negócios.
Agora, segue o desafio:
Se eu fosse um desenvolvedor, por que eu
me importaria?
Se eu fosse um analista de negócios, como
eu me comportaria?
Se eu fosse da área de negócios, o que eu
esperaria?
Se nós, como BA´s pudéssemos ajudar a
reduzir o retrabalho, que, sem dúvida, deve ser feito, pergunto: Como mudar o
sentimento da maioria dos desenvolvedores que somente é motivado por
"horas trabalhadas", ou seja, dispender seu tempo em escrever e
reescrever códigos, e quanto mais seu tempo é gasto no mesmo pedaço de código,
menos intelectualmente interessante fica o trabalho.
Com isso, os pedidos de mudança sempre
significam um cronograma de projeto ampliado, que mais frequentemente
significam também horas extras de desenvolvimento, em suma o maior fator
motivador dessa classe: Horas trabalhadas multiplicadas por X reais, resultando
em FATURAMENTO.
Eu nunca conheci um desenvolvedor que
gostava de participar de reuniões e de se integrar, muitas vezes ele está lá,
envolvido em proporcionar um pouco de entrada na direção, mas realmente
esperando a resposta exata de que necessitam para que possa construir a
solução.
Naturalmente seu foco é perdido, e aí que
mora o risco (o escopo desse post), pois exatamente nesse momento é que o MAESTRO DA TI, deve trazer a
responsabilidade do momento e promover a sintonia do solicitante e do
solicitado.
Como você planeja seu levantamento e
processo de análise de requisitos? Você acha que um desenvolvedor de software,
deve participar dessa ação? Outra pergunta a fazer é: você precisa de um
desenvolvedor em uma reunião de kickoff de projeto?
Por fim, como numa orquestra o MAESTRO depende de seus músicos, esses
que dependem de seus instrumentos e sua plateia, e essa que vê no MAESTRO o
condutor da sinfonia, é como encaro o departamento de TI.
Deixo no ar, duas perguntas:
Você como analista de negócios, já enfrentou desafios semelhantes em
ser respeitado como esse MAESTRO dentro de sua própria organização de TI?
Você como MAESTRO DA TI, já comunicou o valor de uma área de análise
de negócios para um desenvolvedor de software?
Dedico este post em homenagem ao meu amigo Paulinho.
Fonte: http://www.infoq.com/