Os princípios da independência da regra
por Business Rules Group
Artigo 1. Requisitos como elementos principais, nunca secundários
1.1. As regras são
um cidadão de primeira classe no mundo dos requisitos.
1.2. As regras são
essenciais para os modelos de negócio e para os modelos de tecnologia, sendo uma
parte separada e específica dos mesmos.
Artigo 2. Independentes dos processos, não contidas neles
2.1. As regras são
restrições explícitas de comportamento e/ou proporcionam suporte ao comportamento.
2.2. As regras não
são processos nem procedimentos, pelo que não devem estar contidas em nenhum
deles.
2.3. As regras
aplicam-se transversalmente a processos e procedimentos. Deve existir um corpo coeso
de regras, que se aplique de forma consistente a todas as áreas relevantes de atividade
de negócio.
Artigo 3. Conhecimento explícito, não um sub-produto
3.1. As regras
constroem-se sobre fatos, e os fatos sobre conceitos que são expressos por termos.
3.2. Os termos
expressam conceitos de negócio; os fatos constituem asserções sobre estes
conceitos; as regras restringem e suportam estes fatos.
3.3. As regras
devem ser explícitas. Nunca se deve assumir nenhuma regra sobre nenhum conceito
ou nenhum fato.
3.4. As regras são
os fundamentos que definem o que o negócio sabe de si mesmo – isto é, são o conhecimento
base do negócio.
3.5. As regras
necessitam de ser alimentadas, protegidas e geridas.
Artigo 4. Declarativas, não procedimentais
4.1. As regras
devem ser expressas de forma declarativa em frases de linguagem natural, perceptíveis
pela audiência conhecedora do negócio em causa.
4.2. Se algo não
pode ser expresso, então não é uma regra.
4.3. Um conjunto
de enunciados só é declarativo se não contém uma sequência implícita.
4.4. Todo o
enunciado de regras que precise de outros elementos para além de termos ou fatos,
requere assunções sobre uma implementação de sistema.
4.5. Uma regra é
distinta de qualquer medida definida para o seu cumprimento. A regra e a forma
do seu cumprimento são questões distintas.
4.6. As regras
devem definir-se independentemente de quem é responsável pelo
seu cumprimento, e
de onde, quando e como se fazem cumprir.
4.7. As exceções
às regras são expressas por outras regras.
Artigo 5. Expressões bem formadas,não Ad Hoc
5.1. As regras de
negócio devem ser expressas de forma a que os especialistas do negócio possam
validar a sua correção.
5.2. As regras de
negócio devem ser expressas de forma a permitir verificar reciprocamente a sua consistência.
5.3. As lógicas
formais, como a lógica de predicados, são fundamentais para a expressão formal,
bem formada, das regras em termos de negócio, assim como para as tecnologias
que implementam estas regras.
Artigo 6. Arquitetura baseada em regras, não uma implementação indireta
6.1. Um sistema
baseado em regras de negócio é construído intencionalmente para permitir a mudança
constante das regras de negócio. A plataforma sobre a qual o sistema é
executado deve suportar esta evolução contínua.
6.2. Executar diretamente
as regras – por exemplo através de motores de regras – é uma estratégia de implementação
melhor que transcrevê-las de forma procedimental.
6.3. Um sistema de
regras de negócio deve ser sempre capaz de explicar as razões pelas quais chega
a uma conclusão ou toma uma ação.
6.4. As regras
baseiam-se em valores de verdade. A forma como se determina ou mantém o valor
de verdade de uma regra é mantida oculta dos usuários.
6.5. A relação
entre eventos e regras é geralmente de muitos-para-muitos.
Artigo 7. Processos orientados às regras, não programação baseada em exceções
7.1. As regras
definem a fronteira entre uma atividade de negócio aceitável e não aceitável.
7.2. As regras
requerem frequentemente um tratamento especial ou seletivo das violações detectadas.
Qualquer atividade derivada da violação de uma regra constitui uma atividade como
qualquer outra.
7.3. Para
assegurar a consistência e a reutilização máxima, o tratamento de atividades de
negócio não aceitáveis deve separar-se do tratamento das atividades de negócio
aceitáveis.
Artigo 8. Ao serviço do negócio, não da tecnologia
8.1. As regras
tratam de práticas e orientações do negócio; portanto, as regras são motivadas
pelas metas e os objetivos de negócio, e são moldadas por diversas influências.
8.2. As regras
implicam sempre um custo para o negócio.
8.3. O custo da
aplicação das regras deve ser valorizado e balanceado, tendo em consideração os
riscos assumidos pelo negócio, e as oportunidades perdidas no caso de não as
aplicar.
8.4. “Mais regras”
não é necessariamente melhor. Normalmente é preferível ter poucas mas “boas regras”.
8.5. Um sistema
eficaz pode basear-se num número pequeno de regras. Posteriormente,podem
adicionar-se regras mais específicas de forma que ao longo do tempo o sistema
se torne mais inteligente.
Artigo 9.“De, por e para” as pessoas do negócio, e não “de, por e para” as pessoas de TI
9.1. As regras
devem provir das pessoas conhecedoras do negócio.
9.2. Os especialistas
do negócio devem dispor de ferramentas que os auxiliem a formular, validar e gerir
regras.
9.3. Os especialistas
de negócio devem dispor de ferramentas que os ajudem a verificar consistência recíproca
entre regras de negócio.
Artigo 10. Gerir lógica de negócio, não plataformas de Hardware/Software
10.1. As regras de
negócio são um ativo vital do negócio.
10.2. A longo
prazo, as regras são mais importantes para o negócio que as plataformas de Hardware/Software.
10.3. As regras de
negócio devem ser organizadas e armazenadas de forma que possam ser facilmente
redistribuídas para novas plataformas de Hardware/Software.
10.4. As regras, e
a capacidade de as alterar de forma eficaz, são fatores chave para melhorar a adaptabilidade
do negócio.
Fonte: Copyright, 2003. Business Rules Group. Versão 2.0, Novembro 1, 2003. Editado por Ronald G. Ross.
www.BusinessRulesGroup.org
Nenhum comentário:
Postar um comentário